domingo, 19 de janeiro de 2014

Imagina-nos aos dois, eu e tu, daqui a alguns anos, a morarmos juntos. Não precisaríamos de ser namorados, nem casados, nada disso. Apenas amigos. E seríamos felizes, eu e tu. Fotos nossas estariam espalhadas pela casa. Fotos tuas no meu quarto, fotos minhas no teu quarto. Mas nós dormiríamos juntos pelo simples fato de eu te querer por perto, e tu me quereres também. Pelo simples fato do teu quarto estar desarrumado e a minha cama ser perfeita para nós os dois. Eu teria medo do escuro, sem ti. E andarias apenas com a roupa interior, e eu nem me importava. Eu fugiria de ti, a correr pela casa, rindo-me com o comando da televisão, só para tu não mudares o canal. E tu abraçar-me-ias, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. E não nos faltaria nada. Eu não me importaria com as tuas roupas espalhadas pelo nosso apartamento e pelo meu quarto. Ao domingo à tarde, veriamos as pessoas lá embaixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Eu geralmente, iria dormir primeiro enquanto tu ficavas a ver os jogos de futebol. Depois, eu iria dormir contigo. Tu acordarias a meio da noite, para contar um sonho que tiveste e nós riríamos juntos. Acordaria-te com o café na cama, com o nosso cãozinho aos teus pés, e com um banhinho á tua espera. Eu deixar-te-ia um recado de amor no espelho antes de sair na segunda de manhã para ir para a faculdade. Levaríamos o Frrusco, o nosso cão, a passear. Tu decidirias pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós os dois e Farrusco. Deitaríamo-nos no chão e tu perguntarias em quê que eu estaria a pensar. Eu mentiria e perguntar-te-ia o mesmo. Tu mentirias. Eu iria para a universidade toda a manhã, enquanto tu ias para o teu trabalho numa empresa de sucesso. Eu, amar-te-ia em silêncio. Tu, também me amarias em silêncio. Durante alguns anos, eu estaria formada e tu estarias no topo da carreira. Tu pedir-me-ias em casamento. Eu aceitaria e seriamos o casal mais feliz do mundo, calando quem sempre de nós duvidou.

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